September 5, 2012

Xifópagas Capilares Entre Nós

O artista plástico Tunga é uma das personalidades mais influentes no cenário da arte conceitual brasileira, com uma trajetória que se confunde com a própria história da arte no país. Entre as suas inúmeras e auto-referentes obras destaca-se a clássica Xifópagas Capilares Entre Nós, trabalho que mesmo quem não se interessa por togetherness mas tem um conhecimento básico de arte contemporânea já deve ter ouvido falar. Misto de performance e instalação, a obra já teve inúmeras releituras, tanto do próprio Tunga quanto de outros artistas, mas essencialmente trata-se da presença na galeria de duas (as vezes mais) modelos unidas pelos cabelos. Não tentarei comentar os signos e significados da obra ou qualquer avaliação crítica, pois não é minha competência e tem muito material a respeito pela internet afora (destaco esse artigo da revista Piauí sobre a obra em geral de Tunga), mas do ponto de vista do togetherness fetish é claro que é uma imagem que merece destaque. É curioso como a impossibilidade biológico/física da existência de "siamesas unidas pelos cabelos" (ainda mais "xifópagas") e a fragilidade dessa condição (que poderia ser desfeita, sem dor ou trauma, com uma mera tesoura) atuam como potencializadores da fantasia, de sua ressonância simbólica. Insinua uma união que transcende o físico e o concreto: as gêmeas como uma entidade única, como algo que só existe e ganha sentido na própria união. Uma beleza que constrange, fascina, repugna e arrebata. Abaixo, algumas fotos clássicas das primeiras apresentações nos anos 80, seguidas pelo curta metragem dirigido por Evandro Salles e uma sequencia de fotos de uma das variações mais recente da obra.




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